Na Flórida, estado norte-americano, os casos de hanseníase, também conhecida como lepra, têm aumentado de forma preocupante. Essa doença infecciosa, que existe desde tempos remotos, agora preocupa os especialistas em saúde, que temem que ela se torne endêmica na região.
De acordo com o New York Post, a região central da Flórida responde por quase 1/5 de todos os casos registrados nos EUA, representando 81% dos casos relatados no estado da Flórida.
A hanseníase, também chamada de doença de Hansen, normalmente se dissemina através de contato prolongado, principalmente por meio de gotículas transportadas pelo ar, provenientes do nariz e da boca de uma pessoa infectada. Historicamente, a lepra tem sido rara nos Estados Unidos, com a maioria dos casos sendo de pessoas que imigraram de países onde a doença é mais comum.
Entretanto, a partir dos anos 2000, os casos de hanseníase começaram a aumentar gradualmente e, na última década, mais que dobraram. Cerca de 34% dos casos relatados entre 2015 e 2020 foram adquiridos localmente, não estando relacionados a viagens.
A hanseníase é causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae, que afeta a pele, os olhos, as membranas mucosas e os nervos, resultando em feridas desfigurantes e danos nervosos. No passado, era comum isolar os infectados em colônias de leprosos, mas atualmente a doença pode ser tratada eficazmente com antibióticos, especialmente quando diagnosticada precocemente, tornando a quarentena desnecessária.
A transmissão da lepra ocorre principalmente entre pessoas, mas também pode acontecer por contato zoonótico, ou seja, por meio de animais, principalmente os tatus.
A hanseníase pode afetar pessoas de todas as idades, sendo mais comum em indivíduos entre 5 e 15 anos e acima de 30 anos. É importante destacar que mais de 95% das pessoas infectadas com Mycobacterium leprae nunca desenvolvem a hanseníase, pois seus sistemas imunológicos combatem eficientemente a infecção. No entanto, os efeitos mais graves da doença incluem paralisia, perda de visão, deformação do nariz, danos permanentes nas mãos e pés, bem como encurtamento dos dedos.
Esse surto de hanseníase na Flórida é um alerta para a importância do controle e prevenção dessa doença, com ações de conscientização e cuidados adequados para evitar sua propagação.