Entenda o que é transplante capilar FUE e como ele se tornou um dos procedimentos mais procurados por homens e mulheres de todo país
O transplante capilar, técnica que tem sido muito comentada nas redes sociais, na verdade já é um assunto antigo entre os especialistas. A técnica teve início em 1939 no Japão, quando um dermatologista chamado Shoju Okuda, que trabalhava com pacientes queimados, começou a transplantar enxertos de pele de couro cabeludo sadio contendo cabelos para outras áreas queimadas do couro cabeludo.

Shoju Okuda notou que esses enxertos continuavam produzindo cabelos mesmo depois de transplantados. Dr. Okuda faleceu durante a Segunda Guerra mundial e sua descoberta não tinha o propósito de ser um tratamento para a calvície e o tratamento parou por ali.
De Dr. Okuda até os dias atuais, a história do transplante capilar passou por uma série de implementações e modernizações.
Na década de 1950, o transplante passou a ser feito com pequenos tufos de cabelo, e hoje são comparados aos cabelos de boneca, depois, a área doadora começou a ser removida com o bisturi e os resultados foram ficando mais naturais. O ano de 1994 foi o divisor de águas no transplante capilar.
O microscópio foi introduzido pelo dermatologista norte-americano Brad Limmer, que começou a observar os fios, e descobriu que ao retirar as unidades doadoras, os fios não saiam um a um e sim, em grupos de dois ou três, e denominou como unidades foliculares.
Transplante Capilar FUE
Com esta descoberta, especialistas conseguiram chegar ao que é hoje o transplante capilar FUE, a sigla para ‘Extração da Unidade Folicular’. O FUE é o que há de mais inovador para acabar com a calvície, aumentar o volume dos cabelos, promover harmonização facial e até redefinir as sobrancelhas. A técnica consiste na retirada do folículo piloso, um por um, de uma região doadora que pode ser a cabeça, peito ou até mesmo a barba, e o reimplante desses folículos na região receptora.
Entre as vantagens do transplante que virou moda entre homens e mulheres é que, além da rápida recuperação, oferece baixo risco, não deixa cicatrizes, os resultados são surpreendentemente naturais e o cabelo implantado não sofre nova queda, já que o folículo doado não tem o código genético para a calvície.
Isso mesmo, os novos cabelos não vão cair nunca mais e no caso de calvos, a calvície terá um fim. Vantagens como estas fizeram da FUE uma das técnicas mais procuradas por especialistas na hora de se aperfeiçoar.
O procedimento que anteriormente era realizado em países como a Turquia e elevava consideravelmente o valor, passou a ter seu custo reduzido à medida que foi sendo ofertado no Brasil. Com a internet, a técnica se popularizou. Famosos e celebridades começaram a compartilhar resultados, o que despertou o interesse anônimos que não sabiam que a FUE já estava disponível no Brasil.
A procura simplesmente disparou nos últimos anos, o que impulsionou a oferta. Os interessados precisam ficar atentos principalmente a valores muito baixos, já que, mesmo tendo se popularizado, não é uma técnica que pode ser oferecida por qualquer pessoa.

É preciso ser médico especializado e o procedimento precisa ser realizado em ambiente controlado como um centro cirúrgico, por exemplo. Antes de procurar o profissional, consulte sua reputação na internet e verifique se o dermatologista faz parte da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Para começar, o paciente será submetido a uma avaliação para identificar sua expectativa e seu grau de calvície. Isso irá apontar se será preciso um ou mais procedimentos. De acordo com o médico dermatologista Rafael Reinert, especialista na técnica FUE, nem sempre colocar mais fios de uma só vez é o recomendado.
“No começo realizávamos mais de 15 mil implantes de fios em um só procedimento, entretanto, percebemos que com o passar das horas, os últimos folículos já haviam perdido suas melhores características, e entendemos que é mais viável realizar mais procedimentos e garantir 100% de aproveitamento”, explica o especialista.
No dia do procedimento, o paciente será fotografado e será feito o desenho da hairline, definindo qual será a área doadora e a área receptora. As unidades foliculares serão extraídas e preparadas e em seguida será feito o preparo. O próximo passo já é o implante das unidades foliculares. As cirurgias são delicadas e podem levar de seis a nove horas, a depender da quantidade de cabelo implantado.
Depois do procedimento, o paciente já recebe alta e só precisa voltar na clínica no dia seguinte para retirar o curativo. Nos próximos 30 dias é preciso lavar os cabelos com shampoo de glicerina para bebê, e esperar 15 dias para praticar atividade física. O período de cuidado serve para evitar perda de fios devido a atritos. Em 12 meses é possível ver o resultado final e 18 meses, o resultado definitivo.
Dr. Rafael atua há dez anos e já realizou mais de dois mil procedimentos e afirma que este é sem dúvidas o melhor momento que a técnica enfrenta, devido ao grande boom do mercado.
“As pessoas estão procurando mais essa técnica por ser praticamente indolor, sem cicatrizes, não necessita de um afastamento prolongado do trabalho e gera um excelente resultado estético. Além disso, a alta procura também fez os preços serem mais atrativos” detalha o médico.
Pacientes com idade acima de 18 anos já podem fazer, mas, o médico explica que prefere aguardar mais alguns anos e realizar o procedimento em pacientes com pelo menos 22 anos. O grande público alvo do transplante FUE são homens com idade entre 35 e 55 anos. Mulheres em busca de reduzir o tamanho da testa também procuram bastante as clínicas.
“É importante verificar se o médico é um especialista, se faz parte da Sociedade Brasileira de Dermatologia, se o local é um centro cirúrgico e se o anestesista é capacitado. Isso aumenta a segurança e as possibilidades de reverter qualquer complicação. Calvície genética tem solução. Basta a pessoa procurar um especialista habilitado”, finalizou o médico.