O boom do transplante capilar no Brasil: Dr. Rafael Reinert explica a história do procedimento

Redação TEV
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Entenda o que é transplante capilar FUE e como ele se tornou um dos procedimentos mais procurados por homens e mulheres de todo país

O transplante capilar, técnica que tem sido muito comentada nas redes sociais, na verdade já é um assunto antigo entre os especialistas. A técnica teve início em 1939 no Japão, quando um dermatologista chamado Shoju Okuda, que trabalhava com pacientes queimados, começou a transplantar enxertos de pele de couro cabeludo sadio contendo cabelos para outras áreas queimadas do couro cabeludo.

Entenda o que é e como funciona o transplante capilar FUE  (Extração da Unidade Folicular)
Entenda o que é e como funciona o transplante capilar FUE (Extração da Unidade Folicular)

Shoju Okuda notou que esses enxertos continuavam produzindo cabelos mesmo depois de transplantados. Dr. Okuda faleceu durante a Segunda Guerra mundial e sua descoberta não tinha o propósito de ser um tratamento para a calvície e o tratamento parou por ali.


De Dr. Okuda até os dias atuais, a história do transplante capilar passou por uma série de implementações e modernizações.

Na década de 1950, o transplante passou a ser feito com pequenos tufos de cabelo, e hoje são comparados aos cabelos de boneca, depois, a área doadora começou a ser removida com o bisturi e os resultados foram ficando mais naturais. O ano de 1994 foi o divisor de águas no transplante capilar.

O microscópio foi introduzido pelo dermatologista norte-americano Brad Limmer, que começou a observar os fios, e descobriu que ao retirar as unidades doadoras, os fios não saiam um a um e sim, em grupos de dois ou três, e denominou como unidades foliculares.

Transplante Capilar FUE

Com esta descoberta, especialistas conseguiram chegar ao que é hoje o transplante capilar FUE, a sigla para ‘Extração da Unidade Folicular’. O FUE é o que há de mais inovador para acabar com a calvície, aumentar o volume dos cabelos, promover harmonização facial e até redefinir as sobrancelhas. A técnica consiste na retirada do folículo piloso, um por um, de uma região doadora que pode ser a cabeça, peito ou até mesmo a barba, e o reimplante desses folículos na região receptora.

Entre as vantagens do transplante que virou moda entre homens e mulheres é que, além da rápida recuperação, oferece baixo risco, não deixa cicatrizes, os resultados são surpreendentemente naturais e o cabelo implantado não sofre nova queda, já que o folículo doado não tem o código genético para a calvície.

Isso mesmo, os novos cabelos não vão cair nunca mais e no caso de calvos, a calvície terá um fim. Vantagens como estas fizeram da FUE uma das técnicas mais procuradas por especialistas na hora de se aperfeiçoar.

O procedimento que anteriormente era realizado em países como a Turquia e elevava consideravelmente o valor, passou a ter seu custo reduzido à medida que foi sendo ofertado no Brasil. Com a internet, a técnica se popularizou. Famosos e celebridades começaram a compartilhar resultados, o que despertou o interesse anônimos que não sabiam que a FUE já estava disponível no Brasil.

A procura simplesmente disparou nos últimos anos, o que impulsionou a oferta. Os interessados precisam ficar atentos principalmente a valores muito baixos, já que, mesmo tendo se popularizado, não é uma técnica que pode ser oferecida por qualquer pessoa.

“Calvície genética tem solução. Basta a pessoa procurar um especialista habilitado”, friza Dr. Rafael Reinert

É preciso ser médico especializado e o procedimento precisa ser realizado em ambiente controlado como um centro cirúrgico, por exemplo. Antes de procurar o profissional, consulte sua reputação na internet e verifique se o dermatologista faz parte da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Para começar, o paciente será submetido a uma avaliação para identificar sua expectativa e seu grau de calvície. Isso irá apontar se será preciso um ou mais procedimentos. De acordo com o médico dermatologista Rafael Reinert, especialista na técnica FUE, nem sempre colocar mais fios de uma só vez é o recomendado.

“No começo realizávamos mais de 15 mil implantes de fios em um só procedimento, entretanto, percebemos que com o passar das horas, os últimos folículos já haviam perdido suas melhores características, e entendemos que é mais viável realizar mais procedimentos e garantir 100% de aproveitamento”, explica o especialista.

No dia do procedimento, o paciente será fotografado e será feito o desenho da hairline, definindo qual será a área doadora e a área receptora. As unidades foliculares serão extraídas e preparadas e em seguida será feito o preparo. O próximo passo já é o implante das unidades foliculares. As cirurgias são delicadas e podem levar de seis a nove horas, a depender da quantidade de cabelo implantado.

Depois do procedimento, o paciente já recebe alta e só precisa voltar na clínica no dia seguinte para retirar o curativo. Nos próximos 30 dias é preciso lavar os cabelos com shampoo de glicerina para bebê, e esperar 15 dias para praticar atividade física. O período de cuidado serve para evitar perda de fios devido a atritos. Em 12 meses é possível ver o resultado final e 18 meses, o resultado definitivo.

Dr. Rafael atua há dez anos e já realizou mais de dois mil procedimentos e afirma que este é sem dúvidas o melhor momento que a técnica enfrenta, devido ao grande boom do mercado.

“As pessoas estão procurando mais essa técnica por ser praticamente indolor, sem cicatrizes, não necessita de um afastamento prolongado do trabalho e gera um excelente resultado estético. Além disso, a alta procura também fez os preços serem mais atrativos” detalha o médico.

Pacientes com idade acima de 18 anos já podem fazer, mas, o médico explica que prefere aguardar mais alguns anos e realizar o procedimento em pacientes com pelo menos 22 anos. O grande público alvo do transplante FUE são homens com idade entre 35 e 55 anos. Mulheres em busca de reduzir o tamanho da testa também procuram bastante as clínicas.

“É importante verificar se o médico é um especialista, se faz parte da Sociedade Brasileira de Dermatologia, se o local é um centro cirúrgico e se o anestesista é capacitado. Isso aumenta a segurança e as possibilidades de reverter qualquer complicação. Calvície genética tem solução. Basta a pessoa procurar um especialista habilitado”, finalizou o médico.

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