Vacina contra esquistossomose estará disponível no SUS em 2025

Brenno Ramos
Tempo de Leitura 3 min
Rio de Janeiro (RJ) - Vacina contra a esquistossomose. Foto: Gutemberg Brito/IOC/Fiocruz

Essa vacina é considerada a primeira do mundo contra essa doença parasitária negligenciada. O projeto, liderado pela Fiocruz, está na fase final de produção e será patenteado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC) da Fiocruz.

O desenvolvimento da vacina passou por várias etapas, incluindo testes clínicos importantes. As fases 1 e 2 foram realizadas no Brasil, em uma área não endêmica, após a aprovação regulatória da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Em seguida, os testes clínicos da fase 2 foram conduzidos em uma área endêmica do Senegal, em parceria com o Instituto Pasteur de Lille, na França. Os testes foram realizados em adultos e crianças, e agora a análise dos dados está em andamento.

Um novo lote da vacina foi produzido nos Estados Unidos a partir de um banco de células master, o que representa um avanço significativo no processo de produção. Apesar de ter havido um atraso de alguns meses devido à pandemia de COVID-19, o processo de produção em larga escala foi escalonado, o que contribui para a viabilidade do projeto.

A próxima etapa é a fase 3, que será realizada com um total de 2 mil pessoas para garantir a segurança e permitir a pré-qualificação da vacina pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A conclusão dessa fase está prevista para o final deste ano.

A vacina está sendo desenvolvida como uma vacina humanitária, seguindo os critérios estabelecidos pela ONU. A Fiocruz será responsável pela produção e distribuição da vacina para os países africanos, onde a esquistossomose é endêmica.

Atualmente, cerca de 800 milhões de pessoas vivem em áreas de risco para a esquistossomose, e estima-se que haja 300 milhões de casos em todo o mundo. A doença não é altamente mortal, mas tem um impacto significativo, especialmente nas populações de países endêmicos que dependem de sua população jovem para o desenvolvimento.

A Fiocruz espera que o desenvolvimento bem-sucedido da vacina contra a esquistossomose abra caminho para o desenvolvimento de vacinas para outras doenças parasitárias. A instituição está engajada em uma plataforma de vacinas antiparasitárias e espera que mais vacinas para essas doenças sejam desenvolvidas no futuro.

A disponibilidade dessa vacina no SUS representa um avanço importante na luta contra a esquistossomose e tem o potencial de melhorar a saúde de milhões de pessoas em todo o mundo.

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