O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta segunda-feira que o diálogo direto com os Estados Unidos será retomado na próxima quarta-feira (3). Ele revelou durante seu programa semanal de televisão que recebeu uma proposta do governo norte-americano para reiniciar as conversas, que foram interrompidas por dois meses.
“Depois de uma avaliação cuidadosa, decidi aceitar a proposta dos Estados Unidos para restabelecer as negociações e o diálogo direto. As novas conversas começarão na quarta-feira”, declarou Maduro. Ele destacou que esta nova rodada de negociações será focada em garantir que os Estados Unidos cumpram os acordos firmados no Catar e retomem o diálogo com respeito e transparência.
“O diálogo deve ser público e sem especulações. Não vamos esconder nada”, afirmou Maduro. Ele designou o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, e o governador do estado de Miranda, Héctor Rodríguez, como representantes da Venezuela nessas negociações.
“Estamos em busca de novos acordos que garantam a execução dos compromissos assinados no Catar. Desejo um futuro de entendimento e diálogo para nossas relações com os EUA, sempre respeitando a soberania e a independência da Venezuela”, disse Maduro.
As negociações entre os dois países têm sido irregulares desde março de 2022, quando uma delegação americana visitou Caracas para se encontrar com Maduro. As reuniões foram realizadas em vários locais diferentes, incluindo uma segunda visita de representantes dos EUA a Caracas.
Em outubro passado, os EUA chegaram a suspender parcialmente as sanções contra a Venezuela, mas essa medida foi revertida seis meses depois, quando Washington alegou que Caracas não havia cumprido os termos do Acordo de Barbados, que incluía a reintegração política de opositores desqualificados, como María Corina Machado, impedida de participar das eleições presidenciais de 28 de julho devido a sanções administrativas.
Entretanto, a Venezuela conseguiu a libertação do empresário colombiano Alex Saab, detido em Miami, em troca da libertação de cerca de 30 presos políticos pelas autoridades venezuelanas.
