A seleção venezuelana tem uma oportunidade única de marcar seu nome na história do futebol nesta sexta-feira (5). Enfrentando o Canadá às 22h (horário de Brasília) em Dallas, EUA, pelas quartas de final da Copa América, a Venezuela pode alcançar as semifinais e, no mínimo, igualar sua melhor campanha no torneio.
A campanha de maior destaque da Venezuela na Copa América foi em 2011, quando alcançou a quarta posição na competição realizada na Argentina. Naquela edição, a Vinotinto eliminou o Chile nas quartas de final após uma fase de grupos com uma vitória e dois empates. No entanto, a equipe foi derrotada pelo Paraguai na semifinal nos pênaltis após um empate sem gols. Na disputa pelo terceiro lugar, a Venezuela acabou perdendo por 4 a 1 para o Peru.
Uma vitória sobre o Canadá não só colocará a Venezuela novamente entre os quatro melhores da Copa América, mas também será apenas a segunda vez na história que isso acontece. Caso vença, o próximo desafio será enfrentar a Argentina na terça-feira (9) às 21h (horário de Brasília).
Até o momento, a Venezuela tem sido impecável, com um desempenho de 100% de aproveitamento na fase de grupos, vencendo Equador (2 a 1), México (1 a 0) e Jamaica (3 a 0). Apenas Uruguai e Argentina também têm mantido uma campanha perfeita. Ao longo desses jogos, a Venezuela marcou seis gols e sofreu apenas um.
No ranking da FIFA de 20 de junho, a Venezuela estava na 54ª posição com 1.442,29 pontos, atrás de seleções como Mali, Qatar, Panamá e País de Gales. Contudo, com as vitórias acumuladas durante a Copa América, a Venezuela já somou 59,22 pontos adicionais.
Esses pontos foram conquistados com as vitórias sobre Equador (20,11 pontos), México (22,93 pontos) e Jamaica (15,18 pontos).
Com essa nova pontuação, a Venezuela estaria agora na 36ª posição no ranking da FIFA, um salto impressionante de 18 posições – o maior desde a última atualização do ranking, antes do início da Copa América e da Eurocopa. Este levantamento foi realizado pelo analista MisterChip.
O sucesso do futebol venezuelano também está sendo notado no Brasil. Nunca antes tantos jogadores venezuelanos estiveram na Série A do Campeonato Brasileiro. Atualmente, são seis atletas: o zagueiro Ferraresi (São Paulo), o atacante Soteldo (Grêmio), o zagueiro Luis Segovia e o meia Savarino (Botafogo), o atacante Kervin Andrade (Fortaleza) e o zagueiro Wilker Ángel (Criciúma). Destes, os três últimos estão participando da atual campanha da Copa América.
“O desenvolvimento do futebol na Venezuela é recente em comparação a outros países que hoje ocupam os escalões mais baixos no continente. Enquanto o Peru teve uma das melhores seleções do mundo nos anos 70 e a Bolívia já chegou à Copa do Mundo, a Venezuela só participava dos torneios adultos como coadjuvante, muitas vezes goleada por times como o Brasil. Hoje, temos venezuelanos com destaque tanto no Brasil quanto na Europa. Este ano, vimos a maior transferência da história do futebol venezuelano, com David Martínez, de apenas 17 anos, indo para a MLS”, explica Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa que gerencia carreiras de jogadores como Vinicius Jr. e Endrick.
Marcelo Paz, CEO do Fortaleza, comentou sobre a contratação de Kervin Andrade: “O crescimento do futebol venezuelano e a formação de atletas talentosos e rápidos são evidentes. O Fortaleza identificou essa oportunidade de mercado e trouxe Kervin Andrade para as categorias de base. Ele chegou ao nosso sub-20 em julho de 2023, se adaptou à cidade e ao clube, jogou o campeonato cearense sub-20, a Copinha de 2024, e logo depois integrou o elenco profissional. Hoje, ele é uma peça importante com 11 participações em gols na temporada. É um mercado promissor que continuaremos a observar, e a seleção venezuelana é um reflexo desse progresso”.
