Angélica: liberdade, síndrome de pânico e projetos futuros

Ana Priscila
Tempo de Leitura 5 min

Uma das mais conhecidas apresentadoras da TV brasileira, Angélica, que completa 50 anos em novembro, está projetando uma imagem bem diferente daquela cultivada durante sua longa carreira iniciada na infância. Após deixar a Globo há quatro anos, onde trabalhou por duas décadas e meia, ela agora trata de temas mais incandescentes sem travas, incluindo a vigilância sobre sintomas de síndrome do pânico, as loucuras que cometeu para se encaixar como celebridade e a utilidade dos vibradores.

Nesta franca entrevista à VEJA, concedida em sua casa cercada de verde, na Zona Oeste do Rio, onde mora com o marido, Luciano Huck, e seus três filhos, Angélica também olha para o futuro, considerando duas possibilidades: fazer uma cirurgia plástica e se tornar primeira-dama.

Após sair da Globo, Angélica declarou sentir-se aliviada. Ao ser questionada sobre isso, ela explica que o alívio não se deu pela saída da emissora, já que ela continua tendo uma relação familiar com a empresa. O alívio veio porque ela pôde fazer uma pausa na TV pela primeira vez na vida, e também porque sentia que o casamento com a emissora estava morno, sem tesão. Angélica afirma que eles queriam contar com ela para apresentar programas que surgissem, enquanto ela buscava algo mais adequado ao seu perfil. Em 2019, após o término do programa Estrelas, seu contrato não foi renovado, já que não havia projetos específicos para ela.

Durante a entrevista, Angélica relembra momentos de irritação no trabalho e projetos que foram recusados pela Globo. Ela menciona que, na época, sentia-se sem interlocutor, pois a emissora passava por mudanças e muitas pessoas antigas haviam saído. Entretanto, ela destaca que nada impede que ela assine contratos por obra na emissora. Em 2020, apresentou o programa Simples Assim, que abordava a busca pela felicidade.

Ao completar 50 anos, Angélica afirma que se sente mais livre em vários sentidos. Ela passou a vida falando e se comportando como os outros queriam, mas agora está aprendendo a fazer suas próprias escolhas. Porém, ela reconhece que essa liberdade não é simples e que, após sair da Globo, sentiu uma abstinência e um vazio por não ter mais a rotina e correria do trabalho na emissora. A análise, ioga e meditação têm ajudado nesse processo.

A apresentadora também fala abertamente sobre sua luta contra a síndrome do pânico. Ela relembra momentos em que sofreu com crises de pânico e ansiedade, chegando a ser medicada para dormir após uma gravação em que caiu de exaustão. Ela conta que, devido às crises, deixou de fazer shows desde 2001 e que o acidente de avião que sofreu em 2015 trouxe novas crises de pânico. Angélica relata que mesmo sabendo reconhecer os gatilhos e aplicar técnicas de respiração, ela vive constantemente alerta.

A apresentadora também comenta sobre sua posição como feminista e sua defesa da liberdade de escolha da mulher, incluindo a discussão sobre a descriminalização do aborto. Além disso, ela revela que foi vítima de assédio sexual durante sua carreira na TV.

Quanto ao seu casamento com Luciano Huck, Angélica afirma que o relacionamento tem seus momentos de briga, mas que eles tentam se proteger e não deixar que problemas externos invadam a relação. Ela deseja comemorar os vinte anos de casamento em 2024 e revela que a ideia é organizar uma nova festa de casamento.

Por fim, Angélica menciona que está prestes a estrear uma série atuando ao lado de Xuxa, com quem teve desentendimentos no passado, mas que hoje são grandes amigas. Ela também reflete sobre procedimentos estéticos que fez no passado e sua postura atual em relação ao envelhecimento.

A entrevista revela uma Angélica mais madura, aberta e autêntica, pronta para abraçar as novas oportunidades que a vida lhe reserva.

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