Até o próximo domingo (19), aproximadamente mil artesãos estão exibindo suas criações na 16ª edição do Salão do Artesanato, no Shopping Pátio Brasil, em Brasília. A exposição conta com cerca de 80 mil peças, abrangendo acessórios, utensílios, esculturas, cestarias, objetos decorativos e móveis, produzidos em diversos materiais como cerâmica, madeira, fios, capim, palha, metal, rendas e bordados. A entrada é gratuita.
Os organizadores preveem a visita de aproximadamente 60 mil pessoas à feira, movimentando cerca de R$ 4 milhões em negócios para 50 lojistas nacionais e cinco internacionais. A proposta do salão é reunir comunidades artesanais de todas as unidades federativas, estimulando contatos diretos para a comercialização de produtos. Isso valoriza o trabalho de pequenos empreendedores que muitas vezes atuam informalmente, buscando novos consumidores e parcerias com lojistas.
O artesão Henrique Freitas, de 43 anos, destaca elementos da cultura pernambucana, especialmente a arte sacra, em suas aquarelas em madeira. Ele menciona que, apesar de seu interesse pelos aspectos culturais, as peças sacras são as mais vendidas.
Entre suas criações, destaca-se a representação do boneco gigante Homem da Meia Noite, cuja origem remonta à história italiana, quando a igreja utilizava bonecos de grande porte para amedrontar fiéis desobedientes. Esse elemento foi introduzido em Pernambuco por um padre italiano, mas acabou sendo incorporado de maneira carnavalesca pelos pernambucanos.
As peças decorativas e utilitárias em cerâmica representando a arte marajoara, originária de uma ilha no Pará, são apresentadas pelo artesão Doca Leite, de 69 anos, e seus familiares. Esta é a oitava participação dele no Salão. Ele destaca que, embora vendam bem no evento, a maior parte do lucro vem da divulgação para futuros negócios.
A arte marajoara, com seus desenhos em cerâmica, é trabalhada por Doca Leite há 57 anos. Ele enfatiza a divulgação como uma maneira essencial de atrair futuros negócios, enquanto seu filho é responsável pela pintura das peças.
O Salão destaca-se pela diversidade da produção artesanal brasileira. Os visitantes têm a oportunidade de participar de oficinas que ensinam “técnicas artesanais de fácil aprendizagem”, direcionadas tanto para a troca de conhecimentos entre artesãos quanto para o público em geral.
Além disso, estão programadas apresentações de músicas e danças típicas, realizadas por grupos folclóricos de todas as regiões do país. Entre eles, o Grupo Folclórico Canto da Mata (bois de Parintins), Cururu e Siriri, Boi do Seu Teodoro, Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro, Orquestra Alada Trovão da Mata, Tambor de Crioula e outros grupos folclóricos que encantarão os visitantes.